segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Republica: Crise da Republica Romana.



Império Romano foi um Estado que se desenvolveu a partir da península Itálica, durante o período pós-republicano da antiga civilização romana, caracterizado por uma forma autocrática[1]de governo e de grandes propriedades territoriais na Europa e em torno do Mediterrâneo.
 Os 500 anos de idade da República Romana que o precedeu, foram enfraquecidos e subvertidos por várias guerras civis.

Conquistas territoriais

Durante o período republicano, Roma transformou-se de simples cidade-estado em um grande império, voltando-se inicialmente para a conquista da península Itálica e mais tarde para todo o mundo da orla do mar Mediterrâneo.
Como a expansão territorial provocou profundas transformações na vida econômica, social e política de Roma, dividiremos esse período em duas fases: a primeira, que se estende até o século III a.C., identificada com a conquista da península Itálica; e a segunda, que corresponde à formação do poderoso império mediterrâneo.

A crise da República Romana 

Republica: Crise da Republica Romana.
  
Como vimos anteriormente, as conquistas militares empreendidas pelos romanos na Península Itálica e posteriormente nas Guerras Púnicas (Roma x Cartago), expandiu o território romano do Ocidente ao Oriente e deu aos romanos o domínio do mar Mediterrâneo. No entanto, a expansão romana acabou provocando muitas transformações, que foram responsáveis pela crise da republica romana. Dentre essas mudanças, podemos mencionar:


1. O aumento do número de escravos. O crescimento do número de escravos levou ao aparecimento de revoltas feitas por escravos, a exemplo dessas podemos mencionar, a revolta comandada pelo escravo Espartacus.

2. A concentração de terras nas mãos de uma aristocracia.

3. A ruína dos camponeses, pois o trabalho escravo passou a dominar a economia.

4. O surgimento de uma grande massa de desempregados no campo, que passaram a migrar para a cidade (Êxodo Rural).

5. Surgimento de uma nova classe social: os cavaleiros ou “homens novos”. O aparecimento deste grupo social estava relacionado ao desenvolvimento do comercio e da manufatura, pois a conquista do Mediterrâneo proporcionou aos romanos a abertura de novos mercados.

6. Surgimento de um Exército profissional. Os soldados passaram a receber salários (soldos)
Essas transformações desencadearam novas lutas sociais, assinalando a decadência da república romana, e na tentativa de resolvê-las, foram tomadas as seguintes medidas políticas:

1.     As reformas de Tibério Graco e Caio Graco (133-121 a.C)

Entre os motivos para o colapso da República Romana, estava o fracasso dos irmãos Gracos*1 ao tentar realizar uma reforma agrária; além de guerras civis, revoltas populares; movimentos separatistas e insurreições de escravos[2]. Todos esses problemas geraram um clima de insatisfação geral e conflitos.

Tibério Graco: Para atender aos interesses do povo e dos homens novos, aprovou a Reforma Agrária, isto é, limitou a extensão das terras dos latifundiários e concedeu terras para os desempregados. Os grandes proprietários ficaram insatisfeitos com as medidas adotadas por Tibério, e este foi assassinado em 132 a.C.
Caio Graco: Ao subir ao poder, retomou o projeto de reforma agrária e criou a Lei Frumentária, que obrigava a venda do trigo a preços baixos a população pobre. As reformas de Caio também se chocaram com os interesses dos grandes proprietários rurais, e este governante foi obrigado a suicidar em 121 a.C.

2. As ditaduras de Mario e Sila: (109-79 a.. C)

O fracasso das reformas dos irmãos Gracos aprofundou mais ainda a crise social e política em Roma, abrindo o caminho para a instalação de Ditaduras militares.

Militares, com popularidade alta devido às conquistas territoriais, ocuparam cargos políticos no Senado.
- Mario[3]: Reformou o Exército, aumentou o poder dos cavaleiros e tomou medidas atendendo as reivindicações do povo. Com a sua morte em 86 a.C, o general Sila, subiu ao poder apoiado pela aristocracia e Senado.

- Sila[4]: Governou a serviço da aristocracia, e seu governo trouxe insatisfação ao povo e aos homens novos. Morreu em 79 a. C sem conseguir resolver a crise que se abatia sobre Roma.

3. Fim da República: (78-30 a.C)

3.1. Formação do Primeiro Triunvirato:

Em 60 a.C., Roma foi dividida entre Crasso, Julio César e Pompeu, Júlio César (o favorito da plebe), Pompeu (que triunfara na Hispânia) e Crasso (o homem mais rico de Roma), firmaram um acordo tácito denominado triunvirato (governo de três pessoas), para dividir o governo. A palavra triunvirato originou-se a partir de dois radicais do latim: trium- (três) e vir (homem).

Com a ajuda de Crasso e Pompeu, César elegeu-se cônsul e tornou-se encarregado da execução das medidas propostas pelos três. Distribuiu terras da Campânia para os soldados de Pompeu; apoiou os partidários de Crasso na expulsão de Cícero, senador inimigo de Crasso e contrário às reformas político-sociais em Roma. Também fez com que as soluções administrativas adotadas por Pompeu em suas conquistas no Oriente fossem confirmadas pela Assembleia Popular. 

Graças às vitórias e pilhagens, César conquistou a reputação militar, fortuna e glória que lhe faltavam para igualar-se a Crasso e Pompeu.
Crasso, célebre pela luta na Terceira Guerra Servil contra Espártaco e pela fabulosa fortuna que acumulou, foi nomeado governador da Síria.

Nessa fase de acirrada disputa política, os soldados mantinham-se fiéis a seus generais, em função dos interesses clientelísticos que estes pudessem lhes garantir. Durante as Guerras Gálicas, César procurou manter o triunvirato. Com a morte de Crasso, o poder passou a ser disputado entre César e Pompeu. Pressionado por César e seus aliados, Pompeu fugiu para o Egito, aonde acabou sendo assassinado pelos ministros do faraó Ptolomeu XII. César desembarcou no Egito, onde havia uma disputa pelo poder, e recebeu a cabeça de Pompeu.
Conquistou o país e depôs Ptolomeu,colocando em seu lugar Cleópatra (que era irmã do faraó). César permaneceu nove meses ao lado da rainha Cleópatra antes de deixar o Egito, em 47 a.C. Em 47 a.C., César dominou regiões da Ásia que se mantinham fiéis aos seguidores de Pompeu. Ao vencer os Farnaces perto de Zela, anunciou sua fácil vitória com a célebre frase:
veni, vidi, vici! ("vim, vi e venci!")
Júlio César






  


3.2. Ditadura de César: Após a morte de Pompeu, César tornou-se ditador vitalício de Roma. Governou a serviço dos cavaleiros e das camadas populares. As reformas propostas por César desagradaram à aristocracia, pois afetou aos seus interesses econômicos e políticos. Assim, a aristocracia começou a conspirar contra César, que acabou sendo assassinado no Senado em 44 a.C.

3.3. Formação do Segundo Triunvirato:

Após a morte de César, Roma foi dividida mais uma vez. Marco Antonio, Otavio e Lépido formaram o Segundo Triunvirato. Quando César morreu, deixou um testamento no qual prometeu a distribuição de terras à plebe e aos veteranos de guerra. Além disso, no testamento continha o seu sucessor, seu sobrinho Otaviano.

Como o senado havia permitido a César utilizar o nome Imperator antes de seu próprio nome e sendo este título hereditário, Otaviano foi a Roma reivindicar sua herança com o nome de Imperator Caesar Caius Otavianus. O jovem Otaviano organizou legiões e entrou para o senado como pretor.

No senado, Otaviano se uniu a Marco Antônio e a Lépido (o então pontifex maximus) a fim de vingar a morte do tio, caçando todos os conspiradores da morte de César, tais como Brutus e Pompeu Crasso. Todas as guerras empreendidas por Otaviano foram muito bem narradas por Suetônio em sua obra Vida dos doze Césares.

Esse período foi marcado por uma luta pelo poder entre os triunviratos, da qual o vitorioso foi Otavio, sobrinho de Julio César. Com a concentração dos poderes em Otavio, terminava assim a República e começava o Império.

O governo de Otaviano

Com o poder todo concentrado em suas mãos, Augusto deu início a um novo período da História de Roma conhecido como Império Romano, em 27 a.C. Augusto se manteve como imperador de Roma até sua morte em 14 d.C.

Após o segundo triunvirato romano ter acabado Otávio depois de ter invadido o Egito e apoderado-se dos tesouros faraônicos e de todo o suprimento de trigo local volta fortalecido para Roma, apoiado pela plebe e pelo exército acumulou cargos de Pontífice Máximo presidente do senado e recebeu a honraria de Imperator, cargo máximo de general, posteriormente foi elevado a condição de divindade entre os romanos e após a sua morte passou a ser adorado como um deus pelos romanos.

A republica romana nesse momento era uma republica apenas nominal, Otávio reduziu o poder do senado a assuntos burocráticos, outras funções mais importantes como manejo de tropas, por exemplo, eram exclusivas do Imperador.

Otávio também modificou a estrutura em que a sociedade romana era dividida, agora eram levados em consideração a renda ao invés da ascendência do indivíduo como antes era colocado, assim passaram a existir a ordem senatorial (que eram os mais ricos), os eqüestres (que ainda eram ricos, porém menos ricos que a ordem senatorial) e por fim os inferiores (cidadãos sem direitos políticos).

Ele usava a todo tempo as classes eqüestres e senatorial em busca de cumprir seus objetivos, pois o senado aos poucos perdia importância a enquanto os dirigentes econômicos, em sua maioria eqüestre ganhavam mais espaço no estado.
Otávio também perseguiu cultos a divindades estrangeiras, estimulou o êxodo urbano e patrocinou artistas e filósofos.  

Ele também inaugurou um período conhecido com Pax Romana, ou paz romana que foi um período em que tratados e guerras foram travados apenas para a manutençãodo território já conquistado, não havendo muitas mudanças no território romano.


 Após a morte de Otávio quem assumiu o império foi Tibério indicado e apadrinhado por Otávio, logo após ele quem entrou em seu lugar foi Calígula, filho de um inimigo morto por Tibério, devido aos desmandos e a perseguição feita aos senadores por parte de Calígula, ele foi morto em uma conspiração, após a morte dele quem assumiu o Império foi Claudio tio de Calígula que aperfeiçoou o sistema administrativo romano e foi morto pela sua segunda esposa envenenado logo depois que havia indicado seu sobrinho Nero para assumir o seu lugar, este logo que assumiu mandou matar seu meio irmão, professores, a mãe e suas duas primeiras esposas, por causa da sua tirania ele foi caçado e matou-se em 68 d.C.


Sem sucessores quem assume depois de Nero é um general de origem eqüestre chamado Vespasiano, ele conseguiu trazer a paz de volta ao reino e continuou com a caça as outras religiões não romanas.
No século III o império já estava bastante enfraquecido, a crise econômica pela falta de mão de obra escrava era generalizada, pois o império romano havia estabilizado suas fronteiras e não conseguiu mais produzir escravos, pois eles muitas vezes adivinham de guerras que havia cessado. Com toda essa crise os produtos aumentavam muito os seus preços, e junto com os preços aumentavam também os impostos, assim vários moradores das cidades romanas passaram a fugir para o campo, para tentar não pagar impostos e sobreviver do que plantavam, trabalhando muitas vezes para grandes proprietários de terra.
 
Por causa dessa queda de produção e na arrecadação dos impostos o império foi obrigado a cortar os gastos, assim várias legiões foram dispensadas e em seu lugar foram colocados bárbaros a serviço de Roma.
Temendo crises e um estado de guerra civil Dioclesiano, que assume o império em 284 d.C. divide o império romano em dois, o império romano do ocidente governado por Maximiniano e o do oriente que ficou sob o governo de Dioclesiano. Fora esse dois governadores ainda existiam outros dois que assumiriam o governo após 20 anos, esse sistema foi chamado de Tetrarquia.


Porém após a morte dos dois governantes os integrantes da tetrarquia disputaram o trono e o vencedor governou sozinho, o nome dele era Constantino. Ele diferente dos outros concedeu liberdade de culto aos cristãos e mudou a capital de Roma para bizâncio rebatizada de Constantinopla em sua homenagem, nesse período o império romano começou a sofrer pressão dos povos bárbaros das fronteiras,que fugiam do avanço de outros povos, o império passou então a pagar para que os bárbaros não mais ameaçassem, porém isso não surtiu efeito.

Então assume Teodósio que lida com o problema dos bárbaros oferecendo a eles as terras fronteiriças, além disso ele oficializa o cristianismo como religião do império e proibe outros cultos, ele divide novamente o império romano em dois o lado ocidental teria Roma como capital e o oriental teria Constantinopla como sede e que seria governada pelo filho de Teodósio, Arcádio.

Porém após essa divisão os ataques bárbaros voltaram a acontecer, providências foram tomadas, elegendo inclusive chefes bárbaros para controlar essas revoltas e foram distribuídas mais terras porém, em 410 Roma foi invadida e saqueada pelos bárbaros, a maior parte do território romano aos poucos foi tomada pólos visigodos, um tribo bárbara vinda do norte.
Em 476 o império romano se restringia a apenas uma pequena faixa de terra, até que no mesmo ano Roma foi invadida novamente por uma tribo chamada Hérulos, e o ultimo imperador romano foi derrubado.  
         
Para saber mais:

Esse link traz informações sobre o filme Spartacus , indicado ao fim do capitulo: http://www.adorocinema.com/filmes/spartacus/spartacus.htm- http://us.imdb.com/Title?0054331.
Spartacus: País/Ano de produção: EUA, 1960
Duração/Gênero: 183 min., Drama/Épico
Direção de Stanley Kubrick
Roteiro de Dalton Trumbo baseado em obra de Howard Fast
Elenco: Kirk Douglas, Laurence Olivier, Charles Laughton, John Gavin,
Jean Simmons, Peter Ustinov e Tony Curtiss.




Coliseu

Grande anfiteatro oval romano que foi mandado construir por Flávio Vespasiano, por volta do ano 70 a.C., e foi concluído, com três andares, em 82 a. C. por Domiciano. No século III foi-lhe acrescentado mais um andar. Com uma altura de 48 m, as bancadas eram de mármore (entretanto desaparecido) e tinham capacidade para mais de 50 000 espectadores. 

Várias centenas de gladiadores e milhares de animais foram mortos nos 100 dias de festivais de banhos de sangue que marcaram a inauguração. A sua única preocupação era o grito lançado ao poder público: «panem et circenses» (pão e circo). Á medida que o império crescia, cresceu a duração e a freqüência dos espetáculos sangrentos. O anfiteatro tinha um labirinto de celas e túneis para os gladiadores e animais. Haviam portas falsas onde podiam sair animais ferozes, rampas e manivelas para proporcionar espetaculares efeitos visuais.                        

Foi com Cláudio, que a celebre frase dos gladiadores apareceu: Ave César. Nós que vamos morrer te saudamos.
O recinto destinava-se, também, à representação de tragédias e comédias. Foi aqui que muitos cristãos perderam a vida, lançados às feras.


Assistir também o filme Gladiador: para observar a política do pão e circo além da luta contra os bárbaros germânicos:



Russel Crowe – Maximus no filme «Gladiador[5]»
http://www.artigonal.com/politica-artigos/a-politica-do-pao-e-circo-584140.html





Cartazes da série: 'Spartacus: Gods of the Arena’, http://pt.wikipedia.org/wii/Spartacus:_Blood_and_Sand

Para Saber mais sobre Spartacus: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/spartacus-homem-desafiou-roma-434646.shtml

Referencias Bibliograficas:

FUNARI, P. P. A. . A importância de uma abordagem crítica da História Antiga nos livros escolares. Revista História Hoje (São Paulo), Londrina, v. 1, n. 4, p. 1-9, 2004.

ROSTOVTZEFF, Mikail. História de Roma. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1990.

VICENTINO, CLÁUDIO, Projeto Radix, Raízes do conhecimento, História 6° Ano, São Paulo: Editora scipione 2011. Pg.44-59.
Sites acessados em 23/08/2011:

http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/spartacus-homem-desafiou-roma-434646.shtml





[1]Autocracia literalmente significa a partir dos radicais gregos autos (por si próprio), kratos (poder), poder por si próprio. É uma forma de governo na qual um único homem detém o poder supremo.
[2] Spartacus: Foi um gladiador de origem trácia, líder da mais célebre revolta de escravos na Roma Antiga, conhecida como "Terceira Guerra Servil", "Guerra dos Escravos" ou "Guerra dos Gladiadores". Espártaco liderou, durante a revolta, um exército rebelde que contou com quase 100 mil ex-escravos.

[3] Um dos melhores exemplos deste tipo de processo foi o general Caio Mário, que mesmo sendo rejeitado pelo senado para comandar a expedição ao norte da África com o intuito de solucionar a guerra contra Jugurta, foi enviado com o aval que a decisão popular lhe deu. Isso ilustra um exemplo de como os generais poderiam aliciar militantes a seu favor, mesmo quando o senado decidia contra eles.

[4] Pode-se afirmar que um dos momentos mais críticos da República Romana até o primeiro triunvirato teria sido a ditadura de Lúcio Cornélio Sila, que chegou a marchar com seu exército sobre Roma. Desde o fim das Guerras Púnicas, o cargo de ditador romano havia sido abolido por ser considerado perigoso conceder a um único homem tanto poder. Porém, o cargo foi reintroduzido em 81 a.C. por Sila, no fim da guerra civil com a facção de Caio Mário.

[5]Gladiator (pt/br: Gladiador) é um filme americano de 2000 dirigido por Ridley Scott e estrelado por Russell Crowe, Joaquin Phoenix, Connie Nielsen, Ralf Möller, Oliver Reed, Djimon Hounsou, Derek Jacobi, John Shrapnel e Richard Harris. Crowe interpreta o leal General Máximus Décimus Meridius, que é traido quando o ambicioso filho do Imperador, Cómodo, mata seu pai e toma o trono. Reduzido a um escravo, Máximo ascende através das lutas de gladiadores para vingar a morte de sua família e do antigo Imperador.

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