domingo, 4 de julho de 2010



Naquela época a falta de informação e consciência sobre a importância de bens patrimoniais talvez explicasse o descaso com tais bens incluindo os engenhos, onde hoje a grande maioria se encontra em estado de abandono e degradação como no caso do Pedras, esse retrato mostra a fragilidade da legislação na proteção de bens.
A corrida para tentar salvar esses bens patrimoniais esbarra na falta de entendimento sobre a legislação de tombamento.
Se um engenho como o Pedras fosse tombado junto com seus imóveis e viesse a serem danificados, os responsáveis poderiam responder civil e criminalmente, de acordo com o decreto federal 25/37, onde as multas variam de R$ 10 a R$ 500 mil . “Nos danos irreparáveis pode haver até prisão”.





Para o arquiteto José Luís da Mota Menezes será preciso um melhor entendimento sobre a legislação de tombamento, do contrário o patrimônio ficará vulnerável à ira dos proprietários. “Há uma grande confusão sobre o objetivo do tombamento, que é o bem classificado. É estranho para muita gente saber que o seu bem vai ser tombado sem entender o seu significado”, afirmou. A percepção que se tem, segundo o arquiteto, é apenas sobre as restrições. “Eles não têm orgulho de saber que o seu bem é especial e por isso foi classificado. Acho que falta um melhor esclarecimento por parte dos órgãos e uma flexibilização quanto às restrições”, ressaltou.
Caso essa idéia apontada por José Luís da Mota fosse voltada para a população gerando um melhor esclarecimento para sensibilizar a comunidade do entorno dos bens com o objetivo de construir conceitos sobre valores, cultura, patrimônio, preservação e educação patrimonial, tornando-os parceiros e agentes multiplicadores no processo de preservação do patrimônio e na formação de uma consciência cultural, não ocorreria tais abandonos e desleixos.
Mas como é feito essa proteção?
A constituição de patrimônios históricos e artísticos nacionais é feita através de determinados agentes, recrutados entre os intelectuais, e com instrumentos jurídicos específicos, que selecionam bens e lhes atribuem valor, enquanto manifestações culturais e enquanto símbolos da nação. Segundo Maria Cecília Londres Fonseca “esses bens passam a ser merecedores de proteção, visando à transmissão para as gerações futuras, nesse sentido, as políticas de preservação se propõem a atuar, basicamente, no nível simbólico, tendo como objetivo reforçar uma identidade coletiva, a educação e a formação de cidadãos.”

Para dar fim ao nosso debate não podemos esquecer que tanto a memória como o patrimônio trabalham com lembranças e esquecimentos, então ao construir a memória, o homem intervém não só na ordenação dos vestígios, dos registros, mas também na sua releitura.

2 comentários:

  1. ‘’ Os bens patrimoniais constituem, (...), uma
    ferramenta educacional importante, pois permitem
    Que os jovens conheçam seu passado como forma
    De compreender melhor o presente e, ao mesmo
    Tempo, consolidem-se valores e se fortaleça o
    Processo de construção de uma identidade cultural’’.

    Interessante demais, parabéns pelo blog Igor!

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  2. Parabéns professor,é ótimo seu trabalho!Espero mais novidades,blz,eh noix!!!

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